domingo, 17 de maio de 2009

O sublime, o esquisito

Torto.Torpe.Calado.Gritante

Chama a atenção, se olha, se estranha
olhos virados, dentes tortos, esculhambados
cor esquisita, pele podre
aspectos repugnantes

Imagem que sempre lembra dor.
Olhar...porque olhar?
e chama atenção, dá medo.

E procurar aonde, como?
Por que?
Curiosidade, o que apavora, afasta
Mas de novo, curiosidade, e se volta, encantado.

Por que?
Fora dos padrões. Como pode ser assim?
E encanta. No próprio aparecer, demonstra seus mistérios
nos enche de dúvida, de terror

Um sentimento esquisito, a todo instante transformador.
E sempre se olha, e sempre se assusta e foge
e se olha de novo.

A feiúra é linda. É original. É incompreensível.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Sobre Pausa - 1

Um movimento de luz acinzentando a imagem.
Blocos de algodão se escurecem pelo horizonte.
O verde anis e o amarelo tomam palidez
e sobra um verde antipático como homogêneo.

As aves que voavam somem dali
Os rastejadores parecem encontrar algum buraco
Macacos, elefantes, e os animais mais gordos
simplesmente somem e ninguém sabe para onde.
Sobram as árvores, da calma ao desespero

Uma melodia crescente e assobiosa
acompanha os galhos e as folhas
e como se todo o verde cantasse, brabo,
um sopro amedrontador, anunciando o caso.

E logo tudo acalma.
O vento some
e tudo para de repente
para a chuva chover.