O corpo que escarra os restos das carnes mortais
Que procura na terra enlamaçada o alimento que lhe atrai,
O corpo da fera roçando na fêmea até arder
Que bufa raiva em salivas vertiginais
Se esconde, por cortinas humanizadas
Em uma terra de madeira envernizada.
Esconde a fera sua baba encarniçada
Com o seu veludo enfeitado, manifestação oculta do real.
E este bicho...virou aparência!
Cavou buracos para esconder
Os seus restos fecais.
Construiu barracas, para dormir babando
No engano do escuro.
E como é mais bonito no escuro!
Comprou janelas
E vidraças
Espelhos que suspendem para o céu
Sua raiz enraizante.
Escolhe as suas cores
E aparece fenomenal.
Um fantasma moldando o corpo
Em um bacanal
De panos coloridos recortados
E a fala
Atravessa a metamorfose
Do dentro para fora,
Acumulando a poeira da cortina
A sujeira do véu que vela
O animal,
Agora o selo marginal
Fincado às margens que lhe proíbem de se ver,
Dizendo tudo o que diz
Não tendo nada pra dizer.
Um comentário:
Que maravilha fininho! Lindo.
Postar um comentário