Nós, os homens, quando sozinhos
sofremos de solidão;
quando odiados
sofremos perseguição.
Nós, os homens, quando amarrados
sofremos de tensão;
quando mal-amados
sofremos o augúrio do coração
quando bem bolamos,
sabendo tudo que conquistamos
as esperanças que destilamos,
então tudo alcançamos.
Mas, ah! Tem na visão do destino
o seu canto de escuridão;
a melodia confusa alardindo
a desordem da tentação.
Nós, homens, quando vazios
sofremos o tédio
e quando desejamos o que não desejaríamos
somos levados pelo furor do assédio.
Nós homens
sofremos tristezas
sofremos remorso
sofremos ansiedade.
Eu, homem, sofro de humanidade.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Interlúdio apagado
Eu sou o pó atrás das nuvens
a margem negra do espelho dos homens
Mórbida mordaça que cala o tempo
Estúpida carcassa jogada ao vento
Eu sou o que vem depois da virtude
a mancha apagada na cicatriz do vício
A imagem opaca do cego que crê
estar tonto demais para ver
Estontiante ternura amassada no contraponto do elegante e do vil
escondinda fragrância do desdentado que sorriu
Já fui!
A vida atravessa a alma e crava a angústia da pequenez.
Ó todas as coisas,
o que fui eu?
Maldita estaca que me rebaixa
estou além do tempo perdido
enquanto a órbita se encaixa
e a vida aparece como um morto adormecido.
a margem negra do espelho dos homens
Mórbida mordaça que cala o tempo
Estúpida carcassa jogada ao vento
Eu sou o que vem depois da virtude
a mancha apagada na cicatriz do vício
A imagem opaca do cego que crê
estar tonto demais para ver
Estontiante ternura amassada no contraponto do elegante e do vil
escondinda fragrância do desdentado que sorriu
Já fui!
A vida atravessa a alma e crava a angústia da pequenez.
Ó todas as coisas,
o que fui eu?
Maldita estaca que me rebaixa
estou além do tempo perdido
enquanto a órbita se encaixa
e a vida aparece como um morto adormecido.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
confissões - 3
Tenho um corte profundo que não consegue cicatrizar
cuidando dele ou esquecendo pra que cure sem perceber
tentei caminhar derramando sangue sem o ver
e fica banhado o caminho por onde eu passo
Foi o fio de uma folha que fez crescer
foi o espinho de uma rosa que fez doer.
A dor não se apaga
a dor não se ignora
da dor não se foge
é ela que deve ir embora
Mexer no jardim é sempre um problema.
Arranquei todas as rosas dali
mas no mesmo lugar elas voltam.
Tirar seus espinhos: eis o que nunca pude fazer.
cuidando dele ou esquecendo pra que cure sem perceber
tentei caminhar derramando sangue sem o ver
e fica banhado o caminho por onde eu passo
Foi o fio de uma folha que fez crescer
foi o espinho de uma rosa que fez doer.
A dor não se apaga
a dor não se ignora
da dor não se foge
é ela que deve ir embora
Mexer no jardim é sempre um problema.
Arranquei todas as rosas dali
mas no mesmo lugar elas voltam.
Tirar seus espinhos: eis o que nunca pude fazer.
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