segunda-feira, 21 de abril de 2008

Poema de ser que não é mais

Poema de ser que não é mais

voltando no tempo, pra destruir e reconstruir...
As imagens foram todas pintadas com riscos que por acaso ali se raspavam
e de tantos acasos, tentar entender acaba sendo destruir, tentar juntar é separar, pois cada parte é uma coisa, e toda coisa são as partes, que em mim, desligadas entre si não são mais nada...

que apesar de tudo, tentando pegar cada pedacinho, esqueci do que tinha por inteiro
mas não podia vê-lo, pois quando ser-lo não pode parar, é sempre a eterna reconstrução dos riscos, que por acaso, raspam por aqui...

Se algum risco um dia pôde ser percebido
e pela sua delicada sutileza pôde ser apreciado como beleza
de tanto contemplar, maltrata a verdade
de que tudo isso vai se transformar.

um risco belo um outro feio vai sobrepor
sobrepondo tudo em mim, enquanto o tempo passa
e eu continuo parado, no mesmo lugar, tentando encontrar aqueles mesmos rabiscos leves e sinceros

tão sinceros que não existem mais...

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